segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Solidão Rodriguiana




A solidão rodriguiana, desta eu já ouvi falar. Li à respeito em visceral entrevista dada à Clarice Lispector. Ouvi da boca de uma amiga, e senti com ela um pouco deste gosto estranho.
Com tudo, tive maior dissabor ao provar com intensidade descomunal a solidão entre amigos. Não amigos de qualquer nota, mas aqueles de toda a vida, de todo dia. E de repente, eu ali perguntando-me o que fazia com aquelas pessoas, como se já não as conhecesse mais. Um jeito estranho de ver-se mudar, pois muda o seu olhar para o outro. Não é o outro que muda. E, se muda, não é relevante, o que vale é o olhar para o outro.
E isso eu pude ver, com penar na alma e uma melancólica alegria, que mudou. Pensei estar afastando-me das pessoas que são-me caras. Não,  estou em busca do que realmente é importante em mim, e ai sim saber reconhecer no outro o que falta-me, completa-me, instiga-me, encanta-me, faz-me querer o outro por perto.
Um momento de solidão, um disfarce, um momento de reflexão. Sou eu olhando não mais apenas o espelho, mas vendo através dele, e ao inverso. Sinto como ante grande transformação, de tudo o que há pouco restará. Mas, o que permanecer, será forte e vivo.

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