sexta-feira, 27 de abril de 2012

Toda Forma de Fuga

A Carta - Mary Cassatt
Hoje toda a forma de fuga se justifica. 
Sou o alcoólatra, o adicto, o compulsivo. 
Aquela que se perde numa cama de qualquer. 
E troca de nome, pega o trem sem destino. 
Espera carona à beira da estrada e já não se lembra de onde veio.
Todo suicida hoje tem em mim compaixão, 
porque me enforque pela manhã, 
cortei os pulsos ao meio dia. 
No chá da tarde me servi cicuta. 
E ainda antes que termine a noite, 
escreverei minha ultima carta de amor.
Hoje toda loucura que ao mundo assusta tem em mim colo e eco. 
Quero gritar, dançar na chuva, entrar no mar. 
Dormir, dormir, dormir, infinitamente dormir. 
E gritar e cantar tão alto que já não ouça meu coração pulsando seu nome. 
Vê! Já não posso ouvi-lo...

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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  2. Jéssica Amâncio deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Toda Forma de Fuga":
    adorei a intensidade! fugir é bom.

    Jéssica, acidentalmente removi seu comentário, por vezes o recolhimento voluntário é a melhor forma de renovar as forças, e a fuga de algo sabidamente prejudicial também é caminho.
    Grata pela visita,
    beijos
    Ursula

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